O sol encontrou um grupo de cinco pessoas caminhando mato adentro, subindo montes e escalando pedras.
- Não podemos parar um pouco? -ela segurou-se no ombro de Augusto- Eu estou cansada.
- Pedro -ele chamou o que seguia à frente- vamos parar um pouco: Beatriz está cansada.
- Mais ali na frente, que tem sombra e espaço.
Os cinco pararam e sentaram-se no chão.
- Foi uma caminhada e tanto -Nelson comentou- Minhas pernas parecem latejar.
- Ainda falta muito?
- Uma meia hora.
- Por que não senta também e descansa, Pedro?
- Não estou cansado. Quando eu era criança, fazia numa puxada só.
- Você costuma vir sempre pra cá?
- Não. Vinha quando era pequeno. Faz mais de dez anos... a última vez que eu vim...
- Por causa das maldições que dizem haver?
- Ninguém sabia da maldição até que eu contei.
- Como você ficou sabendo?
- Eu caí dentro dela -falou, solene.
Os quatro pesquisadores espantaram-se.
- O que... quer dizer com “caí dentro dela”? -Beatriz teve coragem de perguntar.
- Quero dizer que ela já me pegou. Não fosse por isso, eu não teria coragem de ir lá.
- E... -ela pensou se devia perguntar- em que consiste essa maldição?
- Morte.
- Mas você está bem vivo, não está morto.
- Não tenho certeza...
Os quatro arregalaram os olhos por um segundo e Augusto levantou-se.
- É melhor continuarmos -ele achou melhor encerrar o assunto.
Os outros levantaram-se também e continuaram o caminho.
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