Viver entre a montanha e o rio. A que impera nos céus, e o que escorre pela terra. A fortaleza e a suavidade, e eu aqui, entre ambos, elemento de ligação entre eles e da identidade deles.
- Vem Euryanthe!
A cachorra não se mexeu.
- Vem, Euryanthe, a neve não está alta.
Ela pareceu ter entendido e foi até seu dono. Eles caminharam juntos mais alguns metros, montanha acima, e, a certa altura, ele parou e olhou em redor.
- Vê como está tudo branco?
Ela não respondeu. A neve cobria os tornozelos dele e a companheira parecia estar com frio. Ainda assim, ele sentou-se no chão e abraçou-a.
- Nossa casa lá embaixo parece tão pequena... Como a distância muda as pessoas: aquela é Tatiana. Parece tão sem importância daqui... -ele olhou a figura que estava perto da casa- Ela está nos procurando. Vamos descer, Euryanthe.
Ele levantou-se e os dois desceram rápido. Tatiana estava perto da margem do rio e, quando viu o irmão se aproximando, gritou-lhe:
- Ilya, venha rápido!
Ele correu e parou ao lado dela.
- O que foi?
- Ali -ela apontou o rio- Ele vai morrer. -disse, preocupada e olhou para Ilya.
Rápido, ele entregou a ela o agasalho, as luvas e o chapéu e pulou na água gelada para salvar o estranho. Alcançou-o e levou-o até a margem. Quando saiu da água, sentiu seu corpo congelar. O outro estava desacordado e ele o reconheceu:
- É um dos soldados que esteve em nossa casa há alguns dias. -ele levantou-se- Vamos entrar: estou morrendo de frio.
- E deixá-lo aqui?
- Tatiana, ele é um soldado.
- É um ser humano!
Ilya pensou um pouco e resolveu carregar o outro para dentro da casa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário