Ele senta-se na cama dela. Ela pensa em chamar Louise mas lembra-se de que o escondeu sob sua cama e desiste da idéia. Puxa sobre si as cobertas para que ele não imagine seu corpo sob a camisola.
- Marie, você parece assustada. Está com medo de mim? Acha que eu seria capaz de atingir seu pai através de você?
- Acho apenas que o senhor é um tanto abusado.
- Por quê? Por eu estar aqui, a esta hora, a sós com você?
- Precisamente.
- Se isso oferecesse algum perigo a você, eu não estaria aqui.
- O que quer, então?
- Seu amor.
Ela não sabia o que dizer. Gustave inclinou-se na direção dela e continuou:
- Sei que mal nos conhecemos mas não preciso de mais tempo para saber que amo você e que vou amá-la todos os dias de minha vida. Marie, permita-me que lhe queira bem.
- Eu nem sei quem você é...
- Não precisa me conhecer para me amar. Ah, paixão irreversível! Minha vida é sua, Marie. Sinto meu coração queimar como nunca senti antes. -ele sorriu, feliz por sentir-se assim- Marie, faça feliz este homem que ousou invadir seu quarto: diga que posso pretender à sua mão.
- Eu não... sei... o que dizer. Você tem que falar com meu pai.
- É sua vontade que eu fale com ele?
Ela não respondeu, apenas sorriu para ele, feliz por tê-lo a sua frente. Ah, sim, paixão irreversível! Também o coração dela ardia em chamas. Também os olhos dela buscavam nos dele explicação para tão súbito amor.
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